CNI quer abertura de painel na OMC contra a Argentina
A Confederação Nacional da Indústria (CNI) recomenda ao governo brasileiro a abertura de um painel na Organização Mundial do Comércio (OMC) contra a Argentina questionando a adoção, pelo país vizinho, de licenças não-automáticas nas suas importações por tempo mais longo que o permitido por aquele organismo. Segundo nota técnica elaborada pela CNI, o percentual de exportações brasileiras para a Argentina atingidas por esse tipo de medida mais do que triplicou entre 2004 e este ano, passando de 3,7% do total para 13,5%.
Os reflexos negativos para os exportadores brasileiros são muito claros: perda de market share nos produtos afetados e rápido aumento da concorrência chinesa. De janeiro a abril de 2009, comparativamente ao mesmo peíodo do ano passado, o market share dos produtos brasileiros atingidos pelas licenças não-automáticas argentinas teve uma queda de 11,5 pontos percentuais, de 42% para 31,5%. No mesmo peíodo, a participação chinesa nessa lista de produtos aumentou de 21,5% para 30,5%. Um crescimento de 41,86%.
A recomendação da CNI foi decidida pelo Conselho de Integração Internacional (Cointer) da instituição, em encontro que reuniu representantes da própria CNI, da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), entre outros.
A CNI enviou as recomendações ao governo por meio de cartas endereçadas aos ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.