Para presidente da Fiep, nova perda de grau de investimento exige reação rápida

Edson Campanolo, presidente da Fiep.
Edson Campanolo, presidente da Fiep.

O presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Edson Campagnolo, classificou como alarmante a perda do grau de investimento do Brasil, imposto nesta quarta-feira (16) pela agência Fitch. Com isso, o país perdeu o selo de bom pagador, passando para o grau especulativo, segundo a agência, o que deve afastar investimentos estrangeiros. Para Campagnolo, o rebaixamento da nota do Brasil vai dificultar ainda mais a retomada do crescimento econômico e, por isso, exige respostas rápidas por parte do governo federal e do Congresso Nacional.

“É mais um fato negativo para a economia brasileira, entre tantos outros que temos visto a cada semana”, afirma Campagnolo. “Mesmo com todas essas evidências, o Executivo e o Legislativo não assumem suas responsabilidades para fazer o ajuste fiscal necessário para estancar esse processo de deterioração da nossa economia. Mais do que nunca, o momento exige medidas concretas para o reequilíbrio das contas públicas e a retomada da confiança dos investidores. A equipe econômica, o governo e os legisladores vão esperar até quando para criar um consenso que mude esse cenário?”, completa.

Campagnolo ressalta, no entanto, que o ajuste fiscal não pode se restringir a aumento de impostos, como o governo tem insistido ao longo do ano. “A elevação da carga tributária para cobrir os rombos nos cofres públicos, tirando ainda mais recursos das empresas e dos cidadãos, só vai dificultar ainda mais a retomada da atividade econômica. Não vimos, até agora, nenhuma medida efetiva para reduzir o tamanho e aumentar a eficiência da máquina pública”, declara.

Para o presidente da Fiep, os seguidos rebaixamentos a que o Brasil vem sendo submetido pelas agências de classificação de risco devem também servir de lição para que o país planeje seu desenvolvimento em longo prazo. “O Brasil levou anos para alcançar o grau de investimento, mas não fez o dever de casa, deixando de lado as reformas estruturantes necessárias. Agora, está colocando tudo a perder, inclusive colocando em risco a sobrevivência de empresas instaladas no Brasil que recebem investimentos de fundos internacionais, que são obrigados a retirar dinheiro de um país quando ele é colocado no grau especulativo”, diz.

A Fitch rebaixou a nota atribuída ao Brasil de BBB- para BB+. Com isso, o país deixou o chamado grau de investimento, conferido a países considerados bons pagadores e seguros para investir, passando para o grau especulativo. Foi a segunda agência a retirar o selo de bom pagador do Brasil. Em setembro, o mesmo já havia sido feito pela Standard&Poor’s. Quando duas agências retiram o grau de investimento, a maioria dos fundos estrangeiros têm que retirar recursos aplicados no país.

Além de rebaixar a nota do país, a Fitch colocou o Brasil em perspectiva negativa. Segundo a agência, o rebaixamento é reflexo da recessão econômica mais profunda do que se esperava, do cenário fiscal adverso e do crescimento da incerteza política, que pode afetar a capacidade do governo de implantar ajustes para estabilizar a crescente dívida pública. Para a Fitch, o aumento das taxas de desemprego, o crédito mais restrito, a confiança em queda e a alta inflação estão reduzindo o consumo. A agência também destaca que o ambiente externo continua difícil para o Brasil, com a queda dos preços de commodities, a desaceleração da economia da China e o aperto das condições financeiras internacionais.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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