Volumes de carga continuam aumentando no mundo todo

Volumes de carga continuam aumentando no mundo todo

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA – International Air Transport Association) divulgou os dados sobre os mercados de carga aérea globais, mostrando que a demanda, medida em quilômetros por toneladas de carga (FTKs), aumentou 2,3% em agosto de 2018 em relação ao mesmo período do ano anterior. Este ritmo de crescimento manteve-se inalterado em relação ao mês anterior, mas ficou abaixo da metade da média de crescimento de cinco anos de 5,1%.

A capacidade de transporte de carga, medida em quilômetros por toneladas de carga disponíveis (AFTKs), aumentou 4,5% em agosto de 2018 em relação ao ano passado. Esse foi o sexto mês consecutivo em que o aumento da capacidade superou o aumento da demanda. Porém, os rendimentos parecem estar no mesmo nível.
O crescimento é resultado de uma série de fatores, incluindo a forte confiança do consumidor, novos investimentos globais e crescimento do comércio eletrônico internacional. Apesar disso, a demanda recebe impacto negativo de três fatores:

• Grande redução no número de pedidos de exportação das empresas de manufatura. Especificamente, as exportações na Europa, China, Japão e Coréia caíram nos últimos meses.

• Os fabricantes da Ásia e Europa, as duas principais áreas de comércio global em volume, estão oferecendo prazos de entrega mais longos. Isso quer dizer que eles têm menos necessidade de entregas rápidas por meio de transporte aéreo.

• Riscos para o comércio global com as recentes tensões comerciais.

“A demanda por transporte de carga aérea de agosto aumentou 2,3%, sem mudanças em relação ao mês anterior. A forte confiança do consumidor, o crescimento do comércio eletrônico internacional e a ampla recuperação econômica global estão por trás deste aumento. Mas existem impactos negativos, como redução no número de exportações e maiores prazos de entrega. Além disso, as tensões comerciais são uma nuvem escura no setor. O foco inicial das tarifas não estava nos produtos geralmente transportados por via aérea. Mas com o aumento da lista de tarifas, aumenta também a vulnerabilidade da indústria de carga aérea. E podemos esperar que a tensão nas relações comerciais afete as viagens de negócios. Não há vencedores em guerras comerciais”, disse Alexandre de Juniac, Diretor Geral e CEO da IATA.

Desempenho por região

Todas as regiões relataram aumento da demanda em agosto de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado, exceto a África, que teve menor demanda. Todas as regiões informaram aumento da capacidade acima do aumento da demanda.

As companhias aéreas da região Ásia-Pacífico relataram aumento de 1,6% no transporte aéreo de carga em agosto de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado. Esta taxa também foi um aumento na comparação com o mês anterior, mas uma desaceleração acentuada no crescimento em relação ao ano passado. A baixa na exportação, principalmente no Japão e na China, afetaram a demanda. Como a maior região de transporte de carga, responsável por mais de um terço do total, os riscos de medidas protecionistas são desproporcionalmente altos. A capacidade aumentou 3,4%.

O volume de transporte de carga das companhias aéreas da América do Norte aumentou 2,8% em agosto de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado. A capacidade aumentou 3,2% no mesmo período. O recente fortalecimento da economia dos Estados Unidos e os sólidos fluxos de comércio no Atlântico ajudaram a impulsionar a demanda por carga aérea, beneficiando as companhias áreas dos Estados Unidos. O alívio nos gargalos da cadeia de suprimentos, que normalmente ocorre devido à velocidade do transporte aéreo, também pode estar beneficiando a demanda.

As companhias de transporte aéreo de carga da Europa registraram aumento de 3,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, o maior aumento na demanda entre todas as regiões em agosto de 2018. Apesar da redução nas exportações de fabricantes da Europa, particularmente da Alemanha, a demanda internacional de transporte aéreo de carga tem aumentado a uma taxa anual de 8% nos últimos seis meses. Condições fortes no mercado transatlântico e a recuperação na demanda entre a Europa e a Ásia impulsionaram esse crescimento. A capacidade aumentou 5,2% na comparação com o ano passado.

As companhias de transporte aéreo de carga do Oriente Médio registraram aumento de 2,2% no volume de transporte aéreo de carga em agosto de 2018 na comparação com o mesmo período do ano passado. Este resultado foi uma desaceleração significativa na demanda em relação à taxa de 5,4% registrada no mês passado. Esta redução ainda é resultado principalmente dos acontecimentos do ano passado, e não indica mudança substancial na tendência de curto prazo. A demanda por carga aérea internacional apresenta tendência de alta, com taxa anual de 6% na região, apoiada pela recuperação no comércio entre Europa e Ásia. A capacidade aumentou 7,9% em relação ao ano passado.

As companhias de transporte aéreo de carga da América Latina registraram aumento na demanda de 1,6% em agosto de 2018 em relação ao mesmo período do ano passado, e a capacidade aumentou 5,3%. Alguns mercados menores da região registraram um forte crescimento nos volumes de transporte de carga internacional até agora neste ano. Contudo, a recuperação mais ampla da demanda observada nos últimos 18 meses foi interrompida.

As companhias de transporte aéreo de carga da África apresentaram redução na demanda de 7,1% em agosto de 2018 em relação ao mesmo mês do ano passado. Esta foi a quinta vez em seis meses que a demanda caiu. A capacidade aumentou 6,0% na comparação com o ano passado. Após um pico da demanda no fim de 2017, os volumes de frete internacional com ajuste sazonal pararam de cair nos últimos meses, mas continuam 8% abaixo do pico de novembro de 2017. A demanda em todos os principais mercados que fazem negócios com a África continua fraca.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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