Mercado de beleza continua crescendo. Nos salões que trabalham com produtos orgânicos demanda é maior
O mercado de beleza vem superando bem a crise. Nos últimos dez anos, o setor teve uma taxa de crescimento anual na casa de 8%, movimentando cerca de R$ 100 bilhões por ano, isso segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Só para se ter uma ideia, mesmo ganhando menos, a mulher brasileira gasta anualmente 11 vezes mais com beleza do que europeias, por exemplo. Pesquisas recentes mostram que as trabalhadoras brasileiras chegam a gastar até 30% do seu rendimento mensal com produtos e serviços de beleza.
Eu conversei com o empresário curitibano José Turcatto, proprietário do único salão de beleza brasileiro que trabalha com produtos de beleza 100% orgânicos, o Philip Martin´s, e ele me disse que, no seu caso, este ano, o movimento aumentou 12% em relação ao ano passado. Ele justifica o desempenho positivo a dois fatores: o primeiro é que o consumidor descobriu que os produtos orgânicos para cabelos e pele não são tão mais caros do que os tradicionais. O segundo motivo é que os clientes estão buscando produtos menos agressivos à saúde e que tenham bons resultados. Acontece, que durante muitos anos as mulheres utilizaram produtos químicos que foram se acumulando e prejudicando a qualidade dos fios de cabelos. Hoje elas se obrigam a investir em produtos corretos, nos quais os orgânicos estão obrigatórios.
Outro item que também tem contribuído para o crescimento do setor de beleza é o aumento do leque de serviços. O Phillip Martin´s, que foi o primeiro no Brasil da franquia Italiana de cosméticos orgânicos, criou oito tipos de tratamento. Segundo o empresário, para sobreviver à forte concorrência do setor, o salão além de oferecer bons produtos e profissionais qualificados, tem que ser inovador.
Outro problema enfrentado pelos salões de beleza são os preços. Levantamento da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), aponta que valores de serviços de beleza como manicure, pedicure, depilação, corte e coloração de cabelos chegam a variar 90% dependendo do estabelecimento. Segundo o empresário José Turcato, o setor de salão de beleza está carente de uma boa gestão. Acontece que muitos estabelecimentos para atrair mais clientes e não sabendo calcular os custos acabam praticando preços muito abaixo da concorrência. Porém, com o tempo não conseguem sobreviver e acabam fechando as portas. Isso é muito comum nos pequenos salões.
A marca italiana Phillip Martins tem quatro unidades no Brasil, nas cidades de Curitiba, Goiânia, Campinas e Brasília e, dependendo do desempenho da economia, outras oito unidades deverão ser abertas nos próximos meses, informa José Turcato. Os novos salões que serão abertos por Turcato através de parcerias funcionarão nas cidades de Palmas, (TO), Balneário Camboriú (SC), Porto Alegre (RS), Santa Cruz do Sul (RS) e Rio de Janeiro (RJ). No mundo, a Philip Martin’s conta com mais de 80 unidades, presentes em 30 países. A marca italiana trabalha com três modelos de negócios, que variam de R$ 50 mil a R$ 230 mil.