Como o marketing de diferenciação pode ajudar pequenos negócios

Como o marketing de diferenciação pode ajudar pequenos negócios
Everton Rosa

Fazer uma pequena empresa crescer e ter relevância no mercado parece tarefa impossível diante da concorrência imposta por diversos outros negócios semelhantes. São as pequenas empresas, principalmente elas, que brigam diariamente com a concorrência para se diferenciar e aumentar seu volume de vendas.

Essa briga constante acaba sendo nivelada por um único fator: o preço. Nessa lógica de mercado, quem vende mais barato vende mais – o que pode custar muito caro para pequenos empreendimentos. Afinal, de que forma as pequenas empresas podem se sobressair nesse cenário? Quem tem a resposta é Pedro Superti (foto), principal referência de marketing de diferenciação do Brasil: segundo ele, estratégias de posicionamento de marca são fundamentais para fazer toda a diferença para o pequeno empreendedor.

“O que mais temos no mercado hoje é opção e isso vale para qualquer segmento: vestuário, calçados, alimentação, eletrônicos, serviços… seja o que for que o cliente precise, é possível encontrar uma quantidade enorme de empresas desesperadas para vender para ele”, afirma. É justamente por esse motivo que os pequenos negócios não conseguem sair dessa competição desenfreada: quando a única diferença é o preço, pouco importa para o cliente de qual marca ele está comprando.

A solução para o problema é justamente a diferenciação: ao invés de vender apenas um produto ou serviço, é preciso criar uma experiência que vai muito além da compra. “Existe essa ideia de que o marketing de diferenciação é voltado apenas para grandes empresas, como as multinacionais, por exemplo, o que não é verdade. Essas estratégias podem e devem ser usadas por qualquer tipo de negócio: pequeno, médio ou grande. Inclusive, é sintomático o que a falta de diferenciação faz especialmente com os pequenos negócios: a maioria não sobrevive”, alerta Superti.

A principal estratégia do marketing de diferenciação é “emprestar” a própria personalidade para o negócio e fazer com que a empresa tenha um propósito – estratégias como essa descartam a possibilidade de iniciar qualquer empreendimento visando apenas o lucro. Assim, quando o empreendedor coloca sua essência e sua visão de mundo no negócio ele automaticamente se diferencia dos concorrentes, pois insere no mercado algo impossível de copiar.

“Isso é diferenciação: fazer o que faz sentido para você e para o público que você definiu como cliente da sua empresa. Proporcionar uma experiência memorável para o cliente é o grande desafio das empresas que querem sobreviver no mercado atual. É algo muito maior do que trocar produtos ou serviços por dinheiro”, diz o especialista. Segundo ele, existem quatro principais áreas onde a experiência ou a memória em relação a marca podem ser geradas: através da emoção, sensações físicas, mentais e espirituais.

Como o próprio nome já diz, a experiência ou memória emocional é aquela que mexe com a emoção dos clientes, enquanto a física age nos sentidos. Atingir o lado mental do cliente é proporcionar uma experiência mais pessoal que acontece apenas em sua mente, e a experiência espiritual acontece ao interagir e comprar determinado produto ou serviço que a marca oferece – algo parecido com comprar uma bolsa de luxo, por exemplo, poucas pessoas têm esse privilégio e isso, por si só, já é uma experiência espiritual.

“Quando uma marca consegue proporcionar qualquer um desses quatro níveis (ou os quatro juntos, de preferência), ela se torna incomparável com qualquer outro concorrente”, garante.

O marketing de diferenciação é a chance para que pequenas empresas consigam se livrar da guerra de preços com a concorrência e, com isso, se posicionar como líderes em seus mercados de atuação. Com o posicionamento correto, não é mais necessário se preocupar com a lealdade dos clientes, pois isso já foi conquistado. “Nesse estágio, é impossível trocar sua marca por outra que cobra menos: a experiência é única e, por causa dela, os clientes entendem seu preço e sabem que não existe nada comparado com o que você oferece”, finaliza Superti.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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