Construtoras reavaliam seus projetos e plantas e futuros lançamentos já virão com as novas exigências de mercado

A pandemia de Covid-19 parou o mundo, promoveu novos hábitos de consumo, nas formas de trabalhar e estudar e no caso específico do mercado imobiliário trouxe uma nova realidade. Antes da quarentena, havia uma procura maior por imóveis menores e bem localizados, com maior proximidade a centros comerciais ou até mesmo ao local de trabalho.
Depois de três meses de isolamento social, nunca um espaço adequado e arejado para trabalhar em casa ou para os filhos estudar, e uma boa vista da janela, foram tão valorizados, como agora.
Eu conversei com o presidente da Associação dos Dirigentes do Mercado Imobiliário do Paraná, o empresário Lenardo Pissetti (foto), e ele me disse que um grande número de profissionais está consciente que o home office veio para ficar. E isso tem elevado a procura por apartamentos com áreas maiores e bem distribuídas.
Segundo o presidente da Ademi Paraná, diante dessa nova realidade, as construtoras estão reavaliando os seus projetos e os futuros lançamentos já virão com as novas exigências de mercado. Pissetti admite que em apartamentos de R$ 2 milhões é fácil criar um escritório. Porém, num apartamento de classe média, de três quartos, não dá para substituir um dormitório para criar um ambiente de trabalho. O segredo das novas plantas que serão lançadas daqui para frente estará na redistribuição dos ambientes.
Quanto à venda de imóveis destinados às classes média e baixa, neste período de pandemia, o presidente da Ademi me informou que é grande a demanda por imóveis prontos, porém caiu a procura por imóveis na planta. Também aumentou o interesse pela compra de casas, já que depois de alguns meses de isolamento, as pessoas estão sentindo a necessidade de ter um quintal.
Com relação a preços dos imóveis em Curitiba, Leonardo Pissetti, me informou que, este ano, houve uma alta de 6% acima da inflação. Porém, o que vai definir, mesmo, os preços daqui para frente é a lei da oferta e da demanda. Só para se ter uma ideia, o estoque de imóveis em Curitiba, hoje, é o menor da série histórica da Ademi. Nos anos 2013 e 2014, havia 13 mil imóveis anunciados na Capital. Em 2020, o estoque não chega a 6 mil unidades.
Mirian Gasparin