Cinco erros que se deve evitar ao investir

Cinco erros que se deve evitar ao investir

Investir é a melhor maneira de dar um passo adiante em termos de educação financeira. Quando o investimento é fruto de uma estratégia racional e que considera a realidade do investidor, a tendência é que o sucesso venha em curto, médio ou longo prazo, a depender do produto escolhido. 

Entretanto, nem sempre isso ocorre. É comum ver pessoas cometendo erros que comprometem seus resultados com investimentos, como os descritos a seguir.  

Não diversificar

A diversificação de investimentos é importante para que quem investe não dependa dos resultados de um único ativo para ter sucesso. A lógica de “não colocar todos os ovos na mesma cesta” faz muito sentido no universo dos investimentos.

A história sempre traz bons exemplos: no final dos anos 80 e início dos anos 90, quem colocou todo o seu dinheiro na Poupança, teve seus bens confiscados com o Plano Collor, e ficou no prejuízo. Se na época, as pessoas tivessem diversificado seus investimentos, atrelando seus resultados a diferentes referenciais, ainda que o Plano Collor bloqueasse parte do seu dinheiro, ela ainda teria outras alternativas para não ficar sem nada.

Claro que na época as possibilidades eram bem menores do que as que as plataformas de investimentos oferecem hoje, mas este é um exemplo que ilustra a importância de o investidor estar preparado para compensar resultados ruins de uma aplicação com um outro ativo ou até com um conjunto de investimentos de características distintas.

Não considerar o perfil de investidor

Investidores podem ser de perfil conservador, moderado ou arrojado, o que tem a ver com a tolerância ao risco e o conhecimento a respeito do mercado de investimentos.

Quando uma pessoa ouve falar que o Tesouro Direto é melhor do que a Poupança e automaticamente faz a transferência de 100% do seu dinheiro que estava na Caderneta para o Tesouro, ela está investindo sem considerar o que de fato o Tesouro pode oferecer para o seu perfil individual, o que pode ser prejudicial para os seus interesses.

O mais importante é que a pessoa descubra qual é o seu perfil, o que pode ser feito via testes simples, em uma plataforma de investimentos. O objetivo é definir seus objetivos e somente depois procurar o ativo que tem potencial para trazer resultados em função dessas características.

Não considerar o perfil é algo que geralmente leva o investidor a perder rentabilidade nos seus investimentos, o que, na prática, representa menos dinheiro no final do processo.

Não decidir por conta própria

Existem inúmeras fontes confiáveis de informação disponíveis na internet, mas, ainda assim, as pessoas preferem simplificar as coisas, transferindo a responsabilidade sobre seus investimentos para outros atores, como os gerentes de banco.

O problema é que quando se opta por este caminho, o mais comum é que o gerente, que é funcionário da empresa que disponibiliza os títulos, invista o dinheiro do cliente de acordo com os interesses do  próprio banco. Ou seja, transferir essa responsabilidade acaba sendo uma forma de gerar resultados para o banco e não necessariamente para o investidor.

Um clássico caso é o dos títulos de capitalização, uma opção na qual o cliente adere apostando na sorte (visto que o prêmio é distribuído via sorteio), e, ao fim do prazo, recupera o dinheiro investido sem rentabilidade. Ele ainda enfrenta um problema de liquidez, uma vez que o recurso fica retido até o fim do prazo. 

Investir em renda variável sem saber os riscos

É fato que para entrar no mercado de renda variável é preciso ter maior tolerância a riscos e entender o suficiente a respeito de como o ambiente da Bolsa de Valores funciona. Do contrário, o investidor pode cometer um erro comum entre quem perde muito dinheiro investindo. É preciso se aprofundar em questões como as análises técnica e fundamentalista para então começar a visualizar os resultados. 

Ignorar as taxas de administração

Investir não é simplesmente entregar o dinheiro a alguém e esperar o retorno com juros. Existem diferentes etapas em diferentes processos e normalmente isso exige o trabalho de especialistas. Esses intermediários, por sua vez, precisam ser remunerados, o que costuma ser mais caro na medida que a complexidade de seu trabalho é maior.

É por esse motivo que as corretoras de valores, a B3, os fundos de investimentos, entre outros, cobram taxas de administração por suas atividades. No fim das contas, todos precisam lidar com seus gastos e, claro, ter lucro no fim do processo.

Assim, cabe ao investidor ter a capacidade de observar se as taxas cobradas por cada ativo são realmente racionais e se não comprometem sua rentabilidade. 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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