Ferroeste bate recorde mensal de transporte de cimento

Ferroeste bate recorde mensal de transporte de cimento

Volume de 8 mil toneladas em julho foi alcançado após a recuperação e adaptação de vagões ociosos da empresa

A Ferroeste bateu em julho de 2023 o recorde mensal de transporte de cargas de cimento no Estado com 8 mil toneladas movimentadas. O resultado representa um desempenho quase seis vezes maior do que os índices registrados até 2019 e foi alcançado a partir de soluções de baixo custo adotadas pela gestão da empresa, com ganhos expressivos de eficiência. O recorde anterior era de 6 mil toneladas, em junho deste ano.

As cargas transportadas fazem parte de um contrato de transporte intermodal que havia sido suspenso em 2019 devido à baixa eficiência do antigo sistema, que utilizava vagões graneleiros que não eram adaptados ao transporte. O acordo foi retomado em maio de 2020 após uma série de adequações promovidas pela administração da sociedade de economia mista de transportes ferroviários, que tem o Governo do Estado como o seu maior acionista.

A principal medida foi a restauração e adaptação de 55 vagões que estavam ociosos no pátio da empresa há anos, conforme explica o diretor de Operações da Ferroeste, Gerson Fabiano Almeida. “Quando assumimos a empresa no início da gestão do governador Ratinho Junior vimos que a operação era muito ineficiente, com carregamento em vagões que não eram adaptados, o que se refletia em um tempo elevado de carga e descarga”, relatou.

“A partir desse diagnóstico, nós vimos uma oportunidade grande de utilizar uma frota que estava parada no pátio de Cascavel, com vagões sucateados que foram comprados em gestões anteriores de outras ferrovias. Com um investimento pequeno, gerado a partir da venda de chapas de aço dos próprios vagões, transformamos eles em plataformas próprias para esse tipo de carga”, explicou Almeida.

Com equipamentos mais adequados para o carregamento de cimento ensacado, a Ferroeste teve um ganho de 600% na eficiência da operação, reduzindo o tempo médio de carga e descarga de três horas para cerca de 30 minutos. O ganho de agilidade no trabalho se refletiu diretamente no volume transportado, que no antigo sistema nunca ultrapassou 1,2 mil toneladas mensais.

Os números demonstraram que a decisão da gestão da Ferroeste foi acertada também no aspecto econômico. O investimento da empresa para a readequação dos vagões foi de aproximadamente R$ 280 mil, enquanto o faturamento anual com o novo volume de cimento carregado gira atualmente na casa dos R$ 3,5 milhões.

A operação da Ferroeste inicia em Guarapuava, que é onde os caminhões carregados com sacas de cimento produzidos em Rio Branco do Sul fazem o transbordo. O destino final é Cascavel, abastecendo principalmente a grande demanda do setor de construção civil na região Oeste do Paraná. Não por acaso, o centro de distribuição na cidade é o terceiro maior do Brasil em volume de cimento movimentado.

Com o aumento da eficiência observado nos últimos anos, porém, a empresa responsável já tem planos de ampliar os investimentos na região. “Os novos investimentos previstos devem dobrar a capacidade de armazenamento e distribuição no Estado já em 2024”, afirmou o diretor de Operações da Ferroeste.

Nova Ferroeste

A operação de cimento deve ser mais uma entre centenas de beneficiadas pela projeto do Governo do Estado em relação à Nova Ferroeste, que prevê a ampliação da atual ferrovia de 247 quilômetros entre Cascavel e Guarapuava para um sistema interestadual de 1.567 quilômetros. A nova malha ferroviária vai ligar a região Oeste e Centro-Sul do Paraná aos estados do Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, além do Litoral do Estado, com um investimento previsto de R$ 35,8 bilhões

Considerado o maior projeto de infraestrutura sustentável do Brasil, ele está em fase de obtenção do licenciamento junto ao Ibama, após o Governo do Estado ter realizado todos os estudos ambientais e sociais necessários. A previsão é que a concorrência para a iniciativa privada ocorra ainda neste ano. O investidor privado que arrematar a ferrovia será responsável pela construção do trecho completo.

Cimento

No caso do cimento, a expectativa é de que a Nova Ferroeste gere um impacto direto no aumento da produção e também das exportações, tendo em vista a futura ligação direta da ferrovia com o Porto de Paranaguá.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) analisados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) apontam que o Paraná é atualmente o segundo estado do País em fabricação de cimento, com um valor bruto de aproximadamente R$ 2,5 bilhões em 2021, o equivalente a 11,6% da produção nacional. O líder no segmento é Minas Gerais, com R$ 4,8 bilhões.

Mesmo com um consumo ainda predominantemente voltado ao mercado interno, o Paraná liderou a exportação nacional de cimento em 2022, totalizando US$ 23,6 milhões de receitas com as vendas do produto para o Exterior no último ano. Entre 2019 e 2022, as exportações de cimento no Estado somaram US$ 68 milhões, contra US$ 22 milhões nos quatro anos diretamente anteriores, o que demonstra o potencial de crescimento por meio da Nova Ferroeste.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *