Com aplicação do e-commerce, indústria farmacêutica deve movimentar até R$ 162 bilhões em 2023
Setor projeta que o Brasil seja o quinto maior mercado mundial de suprimentos médicos, com um crescimento de 10,5% apenas em 2023
O e-commerce aplicado ao setor farmacêutico tem testemunhado um crescimento global desde 2020, emergindo como uma ferramenta crucial para atender clientes e parceiros. Movido pela pandemia, que impulsionou a demanda por suprimentos médicos e gerou maior familiaridade do público com a telemedicina, o e-commerce farmacêutico está projetado para atingir US$ 273,6 bilhões até 2032, conforme dados da Future Market Insights.
Assim como todos os setores estão conectados à internet e disponibilizando e-commerces, com o setor de pharma não seria diferente – Dados da Mckinsey apontam que o setor de healthcare viu um crescimento de 38 vezes no segmento de telemedicina. Já o ramo farmacêutico teve um salto de 6,6% entre julho de 2020 e julho de 2021, de acordo com dados da Abrafarma – Associação Brasileira de Farmácias e Drogarias –, movimentando cerca de R$ 103 bilhões no período.
De acordo com o Guia da Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), o mercado farmacêutico brasileiro deve movimentar entre US$ 39 bilhões (R$ 162 bilhões) e US$ 43 bilhões (R$ 179 bilhões) em 2023, comercializando algo em torno de 238 milhões de doses. “A projeção mostra que o país deve continuar investindo em formas de capilarizar esse tipo de negócio através da melhor gestão dos processos. Algo que é bem gerenciado tende a ter um crescimento e expansão consideráveis e o setor de pharma no Brasil é a prova disso”, aponta Antonio Nunes, CEO da Instaleap, empresa líder em tecnologia logística focada no varejo.
O sucesso nas vendas tem se estabelecido como um pilar vital para a economia brasileira, tendo movimentado mais de R$ 60 bilhões entre agosto de 2020 e julho de 2021, como revelado por um estudo conduzido pela Fundação Instituto de Administração (FIA) da USP, divulgado pela Abrafarma.
As projeções para este ano indicam que o Brasil está caminhando para se tornar o quinto maior mercado mundial de suprimentos médicos, com um crescimento esperado de 10,5% somente em 2023, segundo dados da consultoria IQVIA.
Em um mercado aquecido, onde as vendas estão em ascensão, a adoção do e-commerce pelas farmácias se tornou essencial para atender às demandas dos consumidores tanto no ambiente B2B quanto B2C. O Brasil conta com mais de 118 mil CNPJs de varejistas focados no setor farmacêutico, de acordo com dados do DataSebrae. Durante a pandemia, a reestruturação das vendas por meio de canais digitais surgiu como uma solução permanente, gerando uma série de novas oportunidades de negócios no país.
“Hoje, com 17,43% do mercado e um total de 84 mil farmácias existentes no país, além de mais de 4 mil distribuidores de medicamentos no Brasil – os quais fazem ponte entre laboratórios e farmácias –, o e-commerce aplicado com uma estratégia omnichannel de ponta a ponta faz com que os processos se tornem cada vez mais rápidos, eficientes e mais controlados durante toda a cadeia. O desafio para que o setor continue crescendo é entender como melhor atender os consumidores finais, desde o oferecimento de canais de acesso aos medicamentos e produtos de forma intuitiva até a entrega rápida. a”, explica Nunes.
No cenário internacional, países com liderança no desenvolvimento desse tipo de comunicação no varejo, como os EUA, já movimentam mais de 1.1 trilhão de dólares com o e-commerce B2B, com foco em empresas para distribuição – mais do que o que se movimenta em B2C, quando a venda acontece para o cliente.
Entre os principais objetivos dessa estratégia estão a ampliação das vendas, a expansão geográfica, a captação de clientes, o reforço do controle sobre processos, estoque e armazenamento, a padronização digital de pedidos, a flexibilidade nas vendas para melhor atendimento ao cliente e a personalização e otimização da jornada de compra, incluindo o rastreamento de pedidos, a agilidade na coleta dos medicamentos em diferentes lojas e a melhoria da distribuição.
“Uma logística bem estruturada no e-commerce de farmácias faz com que todos os processos rodem da melhor forma, ampliando as vendas, otimizando a jornada de compra, aumentando a segurança para os clientes e simplificando processos internos nas redes e distribuidoras. A tecnologia precisa ser uma aliada para que qualquer setor tenha sucesso em suas aplicações e, mesmo a passos lentos, o setor de pharma já entendeu isso e mostra que tem uma capacidade de crescimento excepcional”, ressalta Nunes.