41% das startups brasileiras não recebem investimento: como estar entre as que recebem?

41% das startups brasileiras não recebem investimento: como estar entre as que recebem?
Marilucia Silva Pertile.

 Investir em rede de contatos e estar atento ao timing para pedir investimento é essencial

Um estudo realizado pelo MIT Technology Review Brasil, em parceria com o Google Cloud, e divulgado no último mês de abril, mostrou que 41% das startups brasileiras não recebem nenhum tipo de investimento, e que obter recursos financeiros foi a dificuldade mais citada pelos fundadores, com 38,46% das respostas. O Startups Mindscape 2024 ouviu mais de 100 fundadores e co-fundadores de startups nacionais.

Segundo Marilucia Silva Pertile, mentora de startups e cofundadora da Start Growth, empresa que cria máquinas de marketing e vendas para startups que desejam potencializar seu crescimento e performance, startups normalmente precisam de investimento para crescer e a falta dele é realmente um dos grandes problemas para quem está empreendendo no setor. “Por essa razão é preciso, inicialmente, avaliar o timing para ir atrás de investimento. O momento ideal é quando a startup está indo para a etapa chamada “go to market”, pois, antes disso, ela está em um momento frágil para comprovar que a solução realmente será valorizada ou paga pelo mercado”, explica.

Para Marilucia, a empresa precisa avaliar se o que oferece tem um alto valor agregado, qual o ROI (Retorno sobre Investimento) e outros índices positivos. “Isso é feito através do go to market por meio de testes e MVP. Buscar investimento sem a comprovação desses pontos pode não adiantar, pois a solução será avaliada de forma arriscada pelo investidor, já que a empresa ainda vai precisar de mais esforço e mais dinheiro para validação do negócio”, diz.

A pesquisa também indicou que, na hora de captar recursos, 27,88% dos empreendedores disseram que tiveram como maior dificuldade o acesso a uma rede de contatos para se conectar com investidores. De acordo com Marilucia, esse ponto é muito importante. “De fato é essencial ter pessoas que ajudem nesta jornada, e isso é algo que vai sendo construído ao longo do negócio. Uma rede ativa ajuda a ampliar as possibilidades de investimento e obter ajuda personalizada quando necessário”, orienta.

Além da manutenção de uma rede ativa e de estar atento ao timing certo para pedir investimento, a cofundadora da Start Growth acredita que o empreendedor de startup que ainda não conseguiu investimento precisa ser resiliente e obstinado em encontrar uma solução para o problema que se dispõe a resolver. “Faz muita diferença ser apaixonado pelo negócio que está criando e gerenciando. O mais importante, inclusive, é desbravar o problema pelo qual a startup nasceu, o seu propósito de entregar valor à sociedade e gerar valor agregado e perceptível para que o cliente pague pela solução e para que novos clientes cheguem, ampliando os resultados positivos. Ou seja, é apaixonar-se muito mais pelo problema do que pela solução. E aí o sucesso do negócio, a atração de clientes e a obtenção de investimentos tendem a ser consequência”, finaliza.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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