Saiba como o varejo de roupas está enfrentando o tempo instável e as variações climáticas

Saiba como o varejo de roupas está enfrentando o tempo instável e as variações climáticas

Apesar da imprevisibilidade, vestuário deve movimentar 2,1 bilhões de peças no outono-inverno 2024

Com as temperaturas oscilando drasticamente em curtos períodos, lojistas enfrentam dificuldades para prever a demanda por produtos sazonais. Em um dia, consumidores podem procurar roupas de inverno, como casacos e cachecóis, e no dia seguinte, com a mudança do clima, perguntar por camisetas e roupas leves. Essa imprevisibilidade climática exige que os varejistas mantenham estoques diversos e flexíveis, prontos para atender às necessidades imediatas dos clientes.

Dias de muito frio não devem ser o padrão para o inverno deste ano, conforme informações do Climatempo. Mesmo assim, as perspectivas para a temporada outono-inverno de 2024 são positivas, considerando a instabilidade climática. O varejo de vestuário no Brasil deve alcançar a marca de 2,1 bilhões de peças vendidas no outono-inverno, um crescimento de 2,8% em relação a 2023, segundo projeções do IEMI – Inteligência de Mercado. Também se espera que o setor atinja um faturamento de R$ 99,6 bilhões em 2024, em valores nominais, um aumento de 5,5% em comparação com o total registrado em 2023.

Entretanto, com dias quentes em pleno inverno, a gestão de estoque torna-se crítica. Segundo William Santos, diretor comercial da VarejOnline, empresa especializada em tecnologia para gestão de lojas, franquias e pontos de venda (PDV), varejistas precisam equilibrar a quantidade de produtos de diferentes estações para evitar tanto a falta de mercadorias, o que pode levar a promoções forçadas e prejuízos financeiros.

“Para lidar com essa situação, muitos lojistas estão investindo em tecnologias de previsão de demanda, que utilizam dados de consumo para antecipar mudanças e ajustar estoques de forma mais precisa. Além disso, a logística precisa ser extremamente ágil; a capacidade de repor rapidamente os produtos mais demandados e de redirecionar mercadorias entre lojas ou para centros de distribuição pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso”, comenta, destacando a importância de uma cadeia de suprimentos adaptável.

As estratégias de marketing também precisam ser dinâmicas e responsivas às condições climáticas. Campanhas promocionais baseadas no clima podem ser eficazes, atraindo consumidores com ofertas que correspondem às suas necessidades imediatas. Por exemplo, um momento de frio pode ser a oportunidade perfeita para promover vendas de roupas de inverno, enquanto um dia quente pode ver uma explosão de promoções de roupas de verão.

William afirma que as variações climáticas imprevisíveis estão forçando o varejo físico a se tornar mais ágil e tecnológico. Para ele, a preocupação dos negócios não se limita à chegada de um inverno tardio, mas também escancara a realidade cruel das instabilidades climáticas — segundo um relatório divulgado pelo Banco Mundial em maio de 2023, eventos relacionados ao clima podem levar de 800 mil a 3 milhões de brasileiros à pobreza extrema a partir de 2030.

“A capacidade de adaptar rapidamente as ofertas de produtos, a logística e as estratégias de marketing em resposta ao clima é crucial para manter a competitividade e a lucratividade no setor. Com a mudança global projetada para continuar causando flutuações climáticas, essa adaptabilidade é uma necessidade para a prosperidade do mercado varejista”, conclui o especialista.

Crédito da foto: Freepik

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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