Com a escassez de mão de obra, construção civil investe na retenção de talentos

Com a escassez de mão de obra, construção civil investe na retenção de talentos

Construtora curitibana aposta em um clima organizacional positivo para atrair e manter profissionais

A construção civil, setor que representa cerca de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional, enfrenta desafios relacionados à gestão de recursos humanos. Segundo a Sondagem da Construção de junho de 2024, realizada pela FGV/IBRE, mais de 70% das empresas de construção civil tiveram dificuldades em contratar trabalhadores qualificados nos últimos 12 meses. Paralelamente, a indústria enfrenta o envelhecimento de sua força de trabalho: a idade média dos trabalhadores da construção civil aumentou de 38 para 41 anos entre 2016 e 2024, conforme dados do SindusCon-SP.

A escassez de mão de obra qualificada, a alta rotatividade e a menor quantidade de jovens interessados em ingressar na construção civil têm incentivado empresas do setor a melhorar suas práticas de gestão, com o intuito de atrair e reter talentos. Um exemplo é a construtora Pride, que tem 12 anos de atuação no Paraná, e investe na melhoria contínua do clima organizacional — um conceito que abrange as percepções e atitudes coletivas dos funcionários em relação ao ambiente de trabalho.

“É conhecido de todos que um bom clima organizacional impacta a produtividade, a satisfação e a retenção de talentos, pois os colaboradores que têm uma boa percepção do ambiente de trabalho tendem a ir além do esperado, impulsionando melhorias contínuas”, explica Thays Lysko, gerente de Gente e Gestão da Pride. Ela acrescenta que, em um cenário de alta competitividade no setor de construção civil e de crescimento acelerado da empresa, monitorar e atuar sobre o clima organizacional é essencial para a sobrevivência da Pride.

Construindo um clima organizacional saudável

O primeiro passo para melhorar o clima organizacional é monitorar, por meio de pesquisas, como os colaboradores o percebem para, em seguida, avaliar os resultados e ajustar o que não está indo bem. “A Pride realiza pesquisas de clima organizacional a cada seis meses, uma prática que garante que as vozes dos funcionários sejam ouvidas e seus feedbacks, considerados”, afirma Thays Lysko.

A pesquisa de clima realizada pela Pride no primeiro semestre deste ano incluiu funcionários administrativos e de obras, e teve taxa de participação de 91%. Um dos indicadores analisados foi o engajamento de colaboradores, ou seja, como eles se sentem e vivenciam os processos dentro da empresa. “O índice de engajamento teve 87% de favorabilidade, o que coloca a Pride no mesmo patamar das melhores empresas do mercado”, celebra Thays.

A Pride também utiliza as métricas de eNPS (Employee Net Promoter Score) e de LNPS (Leadership Net Promoter Score). O eNPS avalia a satisfação e a lealdade dos funcionários com base na pergunta: “Em uma escala de 0 a 10, qual a probabilidade de você recomendar nossa empresa a um amigo ou familiar?”. Já o LNPS mede a satisfação dos funcionários com a liderança, questionando: “Em uma escala de 0 a 10, o quanto você recomendaria seu líder de equipe como uma boa pessoa para se trabalhar?”.

Outro tópico avaliado na pesquisa de clima da Pride é como os colaboradores vivenciam o código de cultura da empresa na prática. Essa também é uma análise importante, pois a cultura organizacional atua como o principal habilitador para o alcance dos resultados estabelecidos.

“Embora os resultados possam variar ao longo do tempo, a Pride mantém o compromisso com a melhoria contínua e o desenvolvimento de um ambiente de trabalho dinâmico e saudável,” afirma a gerente de Gente e Gestão da Pride.”

O papel das lideranças na retenção de talentos

Dados do relatório State of the Global Workplace: 2024, do Instituto Gallup, mostram que 70% da variação no engajamento dos funcionários pode ser atribuída à qualidade da gestão. Líderes eficazes, que se conectam de maneira genuína com suas equipes e promovem um ambiente de trabalho saudável, têm o poder de transformar a moral e o desempenho dos colaboradores.

Na Pride, essa premissa é levada a sério, com investimentos contínuos em programas de desenvolvimento de liderança, reconhecendo que uma boa gestão é a chave para manter o engajamento em níveis elevados. “Nossos líderes são os grandes conectores entre a estratégia e a execução”, destaca Thays Lysko.

A gerente de Gente e Gestão enfatiza que a liderança na Pride vai além do gerenciamento de tarefas, envolvendo uma gestão clara, estruturada e alinhada com a cultura da empresa. Segundo ela, esse enfoque resultou em um aumento de 40% no LNPS da empresa em comparação ao período anterior, o que demonstra que os líderes da Pride são cada vez mais valorizados por suas equipes.

Apesar dos resultados positivos, a Pride reconhece que ainda há desafios a serem enfrentados para manter e melhorar o clima organizacional. “A comunicação eficaz, a integração entre áreas e a capacidade de desenhar e executar processos simples e efetivos são áreas que requerem atenção constante”, conclui a gerente de Gente e Gestão da Pride.

Crédito da foto: Freepik

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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