Indústria brasileira acompanha missão presidencial ao México

Indústria brasileira acompanha missão presidencial ao México

CNI listou prioridades para o conselho e o fórum empresarial bilateral, que acontecem nesta segunda-feira

Paralelamente à agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no México, nesta segunda-feira (30), o setor industrial realiza dois encontros estratégicos para discutir as principais pautas bilaterais para o desenvolvimento da economia dos dois países. Além da 2ª Reunião do Conselho Empresarial Brasil-México (Cebramex), o empresariado se reúne no Fórum Empresarial Brasil-México – que também conta com autoridades de governo. O país é o 5º parceiro comercial brasileiro.

O Cebramex é um mecanismo de diálogo secretariado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Conselho Empresarial Mexicano de Comércio Exterior, Investimento e Tecnologia (Comce) e discute a agenda prioritária do setor para melhorar o ambiente de negócios. Já o Fórum Empresarial, que reúne os setores público e privado dos países para discutir comércio e investimentos, é promovido pela CNI, pela ApexBrasil e pelo Comce, com apoio do Ministério das Relações Exteriores do Brasil (MRE).

“A visita do presidente Lula ao México imprime novo ânimo às relações bilaterais e nos estimula a renovar as prioridades de nossas indústrias e apresentá-las aos respectivos governos”, avalia o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI e representante da entidade no evento, Rafael Lucchesi. “O México é um parceiro estratégico para o Brasil, devemos aproveitar a oportunidade de aprofundar o potencial dessas relações econômicas”, complementa.

Prioridades para subsidiar agenda

Para identificar as prioridades do setor na relação comercial entre Brasil e México e subsidiar a agenda desta semana, a CNI produziu a Análise de Política Comercial nº15 – Relações econômicas entre Brasil e México: prioridades da indústria. Além de dados recentes sobre comércio e investimentos, o documento enumera pautas relevantes para a indústria brasileira distribuídas nos temas estratégicos de acordos comerciais, barreiras comerciais e cooperação regulatória, temas multilaterais e cooperação científico-tecnológica.

Acordos comerciais

Negociar um acordo de livre comércio entre Brasil e México: celebrar um tratado abrangente que impulsione as relações econômicas entre os dois países, incluindo temas como comércio de serviços, investimentos, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias, etc.

Cumprir e ampliar o Acordo de Reconhecimento Mútuo de Operadores Econômicos Autorizados: garantir o cumprimento efetivo e expandir os benefícios do acordo para empresas certificadas.

Homologar os sistemas de Certificação de Origem Digital: alinhar os sistemas de Certificação de Origem Digital dos dois países, reduzindo o tempo de emissão de 24 horas para cerca de 30 minutos.

Barreiras comerciais e cooperação regulatória

Eliminar barreiras no comércio bilateral: desenvolver um plano de trabalho para identificar e eliminar barreiras desnecessárias no acesso a mercados de bens industriais, agroindustriais e produtos da cesta básica, ajudando a combater a inflação nos dois países. Em conjunto com o setor privado brasileiro, a CNI identificou as principais barreiras ao comércio nos seguintes produtos: carne suína, carne de frango, café e alimentação para pets.

Fomentar a cooperação regulatória: promover iniciativas de cooperação regulatória internacional (CRI) para reduzir ou eliminar entraves no comércio bilateral, com foco inicial em setores como alimentício, farmacêutico, cosméticos e brinquedos.

Temas multilaterais

Promover interesses mútuos na Organização Mundial do Comércio (OMC): defender em conjunto a reforma do Órgão de Solução de Controvérsias e apoiar a conclusão das negociações sobre comércio eletrônico, facilitação de investimentos e de subsídios.

Cooperação científico-tecnológica

Promover a cooperação científico-tecnológica bilateral: estimular a cooperação tecnológica nos níveis público, privado e acadêmico na área de chips e semicondutores, fortalecendo as duas maiores economias da América Latina como fornecedores importantes na cadeia de suprimentos de chips e eletrônicos no comércio internacional.

Promover a requalificação e o aperfeiçoamento de competências para o futuro do trabalho: reduzir o gap de competências em ciência, tecnologia, engenharia e matemática por meio de programa de cooperação técnica bilateral em aperfeiçoamento e requalificação da força de trabalho.

Corrente de comércio Brasil-México aumentou 14,4% em 2023

Ainda de acordo com a análise da CNI, com base em dados do ComexStat, a corrente de comércio Brasil-México alcançou US$ 14,1 bilhões em 2023, um aumento de 14,4% em relação a 2022, que chegou a US$ 12,3 bilhões. No ano passado, as exportações brasileiras para o México somaram US$ 8,6 bilhões, com crescimento de 21,6% em relação ao ano anterior, quando atingiram US$ 7,1 bilhões.

No mesmo período, as importações do México para o Brasil registraram US$ 5,5 bilhões, um aumento de 4,9% em 2023 em relação ao ano anterior, quando foram de US$ 5,3 bilhões. Juntos, o Brasil e o México representam 55,9% da economia da América Latina, 66,8% das exportações e 59,6% das importações. Mundialmente, os dois países foram responsáveis por 4,0% das exportações e 3,6% das importações em 2023.

Historicamente, os dois países ocupam posições de destaque entre os 10 principais parceiros comerciais mutuamente. Na última década, o Brasil se tornou o sétimo maior fornecedor do México, ultrapassando o Canadá em 2023, enquanto o território mexicano alcançou a mesma posição entre os principais fornecedores brasileiros.

O comércio de bens entre Brasil e México tem alta participação de bens da indústria de transformação. O setor representou 86,8% das exportações do Brasil para o México e 97,3% das importações brasileiras vindas do país latino-americano, em média, entre 2014 e 2023.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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