Greve nos portos dos EUA terá impactos globais no último trimestre de 2024

Greve nos portos dos EUA terá impactos globais no último trimestre de 2024

Semana de paralisação pode resultar em até seis semanas de atrasos nas entregas das cargas

O início da greve nos portos dos EUA representa um risco iminente de afetar a cadeia global neste último trimestre de 2024. A interrupção das operações portuárias na costa leste americana pode gerar um efeito cascata, prejudicando  a produção industrial, o comércio internacional e a economia de diversos países. A estimativa é que uma semana de paralisação resulte em até seis semanas de atrasos nas entregas das cargas, com impactos diretos na inflação e nas taxas de câmbio.

Os primeiros levantamentos indicam que a greve nos portos dos EUA poderia gerar um prejuízo diário de até US$ 5 bilhões, impactando diretamente a economia norte-americana e reverberando em várias nações do mundo. Aumento nos preços, elevação das taxas de juros e instabilidade no mercado cambial são alguns dos possíveis efeitos.

Paulo Perez, analista de Produto de Exportação do US Domestic do Grupo Allog, explica que, para o Brasil, que tem os EUA como um dos seus principais parceiros comerciais, os efeitos de uma greve seriam sentidos em diversos setores. A valorização do dólar, a saída de capital estrangeiro e a desaceleração da economia americana poderiam prejudicar as exportações brasileiras e encarecer as importações.

“As consequências de uma greve nos portos americanos seriam sentidas globalmente, inclusive aqui. A paralisação das atividades portuárias não apenas paralisaria a descarga de mercadorias, como geraria um efeito dominó que se prolongaria por semanas”, pontua o profissional do Grupo Allog.

O que fazer para driblar a greve nos portos dos EUA?

Diante do cenário que se desenha, o mercado busca alternativas para garantir a fluidez das operações. Uma das estratégias é o desvio de cargas para os portos da costa oeste dos EUA, além de Canadá e México. Embora essa solução apresenta desafios como congestionamento, aumento dos custos de frete e limitações de capacidade.

Paulo Perez destaca, no entanto, que nem todos os armadores oferecem conexões ferroviárias entre os três países, o que limita as opções de transporte multimodal. Além disso, o desvio da carga para estes pontos pode adicionar de 7 a 14 dias ao tempo de trânsito total.

“Ainda assim, essas rotas representam uma solução viável, desde que sejam devidamente planejadas e avaliadas em suas implicações logísticas e financeiras”, acrescenta Paulo Perez.

Quando usar o transporte aéreo?

Embora mais caro, o transporte aéreo surge com opção para cargas urgentes. Segundo o diretor do Departamento Aéreo do Grupo Allog, René Genofre, pode ocorrer conversão de alguns embarques para o modal aéreo para atender demandas contratuais e a manutenção de linhas de produção.

“Em especial com a proximidade de datas festivas quando o consumo é aquecido. O efeito, neste caso, deve ser uma escalada nos valores de frete aéreo, em virtude da disputa por espaço”, antecipa René.

No mercado brasileiro, em específico, este efeito poderá ser sentido tanto nas exportações Brasil-EUA, quanto nas importações, para cargas urgentes, inclusive as com origem na Ásia, uma vez que os EUA são um importante “gateway” daquela região para o Brasil.

O Grupo Allog vem orientando seus clientes a se prepararem para um cenário de congestionamento nos portos e atrasos nas entregas neste último trimestre do ano, caso a greve se prolongue. “Em parceria com o cliente, nós ajudamos a traçar uma estratégia logística que pode incluir o transporte aéreo para cargas urgentes, a transferência de cargas para o transporte intermodal e terrestre além da negociação direta com os parceiros para minimizar custos e atrasos”, finaliza Paulo Perez.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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