Observatório Brasileiro de Recuperação Extrajudicial contabiliza mais de R$ 2,5 bilhões em dívidas este ano

O Observatório Brasileiro de Recuperação Extrajudicial (OBRE) identificou, em fevereiro, três novos pedidos de recuperação extrajudicial, somando seis casos neste ano e 202 casos desde a sua criação. Os registros observados este ano estão nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná.
Considerando o volume de dívidas, somente em 2025, já estão sob negociação mais de R$ 2,5 bilhões para 587 credores. Esse montante representa 300 vezes mais se comparado ao volume de dívidas negociadas no mesmo período do ano passado.
O destaque em fevereiro foi o pedido de tutela cautelar da Rede de Supermercados St. Marche, com um volume de dívidas de R$ 639 milhões. A medida, prevista no artigo 20-B, possibilita a suspensão das execuções por um período de 60 dias, até a apresentação de um plano de recuperação, que ainda não está definido se será judicial ou extrajudicial.
O crescimento expressivo das renegociações nesta modalidade extrajudicial já havia sido observado ao longo de 2024. No acumulado do ano passado, o volume de dívidas negociadas por meio da recuperação extrajudicial cresceu 387,5% em comparação com 2023, somando R$ 39 bilhões.
Recuperação Extrajudicial
Esse modelo permite a recomposição das dívidas a partir de negociações diretas da empresa com os seus credores. Esses acordos ocorrem fora do âmbito judicial, ampliando a autonomia das partes.
Desde a reforma de 2020, essa abordagem se tornou mais acessível, permitindo a negociação de dívidas bancárias ou com fornecedores, débitos trabalhistas e benefícios fiscais federais.