ABBT defende mais comida no prato do trabalhador

ABBT defende mais comida no prato do trabalhador

Fim do PAT deixaria órfãos mais de 23 milhões de brasileiros

A Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT), que representa as principais empresas do segmento de vale-refeição e alimentação do país, condena veemente as supostas medidas envolvendo mudanças no Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT), conforme foi publicado nesta quarta-feira (24), pela imprensa: “Governo Lula estuda substituir vale-refeição por repasse via Pix ao trabalhador”.

Para a  ABBT, a iniciativa que pressupõe a criação de um modelo mais direto de depósito dos valores na conta dos empregados, seria absurda e causaria a destruição do PAT.

É importante destacar que pela legislação trabalhista, o depósito a título de alimentação diretamente na conta dos empregados significa acréscimo de salário e remuneração, com a incidência de encargos trabalhistas, previdenciários e fiscais.

Isso geraria mais ônus e custos para os empregadores, que desistiriam de conceder o benefício, por não ser obrigatório, mas apenas facultativo. Seria a morte do PAT.

O fim do PAT deixaria órfãos mais de 23 milhões de brasileiros, especialmente aqueles com renda até cinco salários–mínimos, que representam 86% dos beneficiados pelo programa social. Além disso, com o vale-alimentação, a grande maioria dos trabalhadores estende as compras nos supermercados a toda família.

A ABBT se recusa a acreditar que após ter passado por 13 mandatos de Presidentes da República do Brasil e, às vésperas de completar 50 anos, o PAT esteja caminhando para a sua extinção, justamente num governo supostamente voltado aos trabalhadores e que deveria manter políticas sociais, não acabar com elas.

A destruição do PAT representa mais custos de saúde para as empresas e para o SUS. Nutrição de menor qualidade significa menos saúde para o trabalhador. Como mostra recente pesquisa Datafolha sobre a inflação dos alimentos: 58% dos brasileiros reduziram a quantidade de alimentos que costumam comprar. Entre os mais pobres, o percentual sobe para 67%.

Pesquisas da ABBT mostram que, em dinheiro, o benefício seria usado para:

  • – Pagar dívidas: 58%;
  • – Recarga e crédito para celular: 31%;
  • – Entretenimento: 27%;
  • – Vestuário: 21%.

Isso sem contar o maior risco da atualidade: o vício nas apostas (Bets). Relatório recente do Banco Central do Brasil evidenciou que montantes significativos pagos como benefício do Bolsa Família foram utilizados em apostas.

Quanto à relevância do PAT em termos financeiros para o trabalhador, a Pesquisa Nacional de Preços Médios, realizada em 2024 pela ABBT, comprova que o custo de uma refeição completa, para os 22 dias do mês, é de R$ 1.135,42, equivalente a 36,4% do salário médio no país calculado pelo IBGE.

Por isso, em sentido oposto às propostas atabalhoadas que decretam o fim do programa, a ABBT defende junto ao governo federal estender o benefício fiscal do PAT, com dedução no imposto de renda da pessoa jurídica, também às micro e pequenas empresas sob regime tributário do Simples, dado que são as maiores empregadoras de trabalhadores de menor renda (atualmente apenas empresas tributadas com base no lucro real podem deduzir os benefícios concedidos pela adesão ao PAT no imposto de renda devido).

O fim do PAT seria uma perda irreparável para o trabalhador.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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