Exportações para os EUA crescem e mantêm padrão industrial

Exportações para os EUA crescem e mantêm padrão industrial

Monitor aponta recorde nas exportações brasileiras, com destaque para bens de mais alto valor agregado

As exportações brasileiras para os Estados Unidos atingiram US$ 16,7 bilhões no acumulado entre janeiro e maio deste ano, segundo dados da edição especial de maio do Monitor do Comércio Brasil-EUA, elaborado pela Amcham Brasil. O resultado representa um crescimento de 5,0% em relação ao mesmo período de 2024 e estabelece um recorde para o período, reforçando o papel estratégico dos EUA como principal destino de bens industrializados brasileiros.

As importações dos EUA para o Brasil também avançaram, somando US$ 17,7 bilhões, um crescimento de 9,9%, o que resultou em um déficit comercial de US$ 1,0 bilhão para o Brasil no acumulado até maio, segundo dados brasileiros. Entre os principais crescimentos estão motores e máquinas não elétricos, óleos combustíveis, óleos brutos de petróleo e aeronaves.

No recorte mensal, as exportações brasileiras alcançaram US$ 3,6 bilhões em maio, um aumento de 11,5% na comparação anual, enquanto as importações americanas recuaram 5,2%. O crescimento nas exportações foi observado também no aumento da quantidade embarcada, que subiu 16,8%.

“Mesmo em um cenário mais desafiador, o comércio bilateral tem se mostrado resiliente, com crescimento consistente nas trocas entre os dois países. Isso reforça o papel do Brasil como parceiro estratégico para atender às demandas da indústria e dos consumidores norte-americanos — e vice-versa”, afirma Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.

Exportações industrializadas lideram desempenho

Entre janeiro e maio, 79% das exportações brasileiras para os EUA são compostas por bens industriais, como aeronaves, combustíveis, alimentos processados, químicos e máquinas. Produtos como carne bovina (+196%)sucos de frutas (+96,2%)café (+42,1%) e aeronaves (+27%) puxaram os avanços no acumulado do ano, mantendo o Brasil como fornecedor estratégico em setores com forte demanda.

Esses produtos estão conseguindo manter a competitividade no mercado dos EUA mesmo aplicação de tarifas por alguns motivos, como o fato de o Brasil ser competitivo e líder global em muitos deles, como carnes, sucos e aeronaves e pelo fato de que os EUA crescem a demanda seja por consumo ou questões climáticas que tem afetado sua produção, especialmente no caso de carnes e sucos.

Tarifas aparentam impactar alguns setores

Alguns segmentos registraram retração nas vendas aos EUA, como celuloseferro-gusa e equipamentos de engenharia. A combinação entre tarifas de até 10% e a concorrência de países com acesso preferencial aos EUA — como o Canadá, por meio do USMCA que é, por exemplo, grande fornecedor de celulose — contribui para esse desempenho.

“Acreditamos ser fundamental intensificar o diálogo e a cooperação entre Brasil e Estados Unidos, com foco na redução de barreiras e na ampliação das oportunidades de comércio e investimentos”, acrescenta o presidente da Amcham.

Mudança na tarifa do aço acende sinal de alerta

O relatório também destaca o caso dos semiacabados de aço, que até maio apresentaram crescimento de 7,3% em valor e 28,4% em volume exportado, mesmo com tarifa de 25%. Entretanto, segundo especialistas, parte dessa exportação aos EUA está sendo feita em portos próximo ao México para trânsito aduaneiro e consumo pela indústria mexicana, o que mostra que pode estar já havendo declínio real nas vendas aos EUA.

Além disso, a tarifa para exportações de bens de aço foi elevada para 50% no dia 4 de junho, o que tende a afetar a competitividade brasileira a partir dos próximos meses. É preciso esperar os próximos meses para entender o efeito.

Superávit comercial dos EUA com o Brasil se mantém

Enquanto o déficit comercial dos Estados Unidos com o mundo aumentou 46,7% no acumulado até abril (dados dos EUA), o comércio com o Brasil segue em equilíbrio favorável para os americanos. Esse dado reforça o potencial da relação bilateral como uma via estratégica e complementar para ambos os países.

A Amcham continuará acompanhando os fluxos comerciais com foco em apoiar a competitividade das empresas brasileiras, estimular a integração produtiva e contribuir para o fortalecimento das relações econômicas entre Brasil e Estados Unidos.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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