Farmácias em supermercados: varejo apresenta proposta para ampliar acesso à saúde com segurança

Farmácias em supermercados: varejo apresenta proposta para ampliar acesso à saúde com segurança

Nova posição visa aprimorar o debate sobre a venda de medicamentos em supermercados, atualmente em discussão no Senado

O setor supermercadista brasileiro, representado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras)), Associação Brasileira dos Atacarejos (Abraas)  e Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (Abad), consolida sua posição em defesa da instalação de farmácias completas dentro dos estabelecimentos comerciais. A proposta prevê a presença física obrigatória de farmacêuticos e uma estrutura totalmente em conformidade com os padrões sanitários estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Este posicionamento evoluído é fruto de um amplo diálogo e busca construir um consenso que contemple as demandas da população por maior acesso à saúde com responsabilidade, bem como os interesses dos diversos setores envolvidos.

A discussão sobre a oferta de medicamentos em supermercados avança no Congresso Nacional através do Projeto de Lei (PL) 2158/2023, de autoria do senador Efraim Filho (União Brasil-PB). O texto original do PL sugere que medicamentos isentos de prescrição médica (MIPs) possam ser comercializados em supermercados, desde que estes disponibilizem farmacêuticos, virtual ou presencialmente, para orientação técnica aos consumidores.

Aprimoramentos para um consenso em saúde

Reconhecendo a importância e o impacto da medida, as associações Abras, Abaas e Abad propõem um aperfeiçoamento significativo ao texto original do PL. A principal mudança é a substituição da simples venda de MIPs pela instalação de farmácias completas dentro dos supermercados. Isso significa que esses espaços funcionarão como drogarias tradicionais, aptas a comercializar todos os tipos de medicamentos, incluindo os que exigem prescrição médica, sempre sob a supervisão e com a presença de farmacêutico responsável, tal qual ocorre atualmente nas farmácias.

Além disso, a proposta exige que estas farmácias operem em áreas exclusivas e climatizadas, seguindo rigorosamente todas as normas e regulamentações da Anvisa aplicáveis a qualquer estabelecimento farmacêutico no país. Este modelo visa garantir a segurança sanitária, a qualidade do atendimento e o acesso qualificado aos medicamentos, representando um avanço em relação à proposta inicial e buscando um consenso focado no bem-estar do consumidor.

Uma pesquisa recente do Instituto Datafolha, encomendada pela ABRAS, revelou o forte apoio popular à iniciativa: 66% dos brasileiros gostariam que a venda de medicamentos voltasse a ser permitida em supermercados e mercadinhos de bairro, recordando um período entre 1994 e 1995 quando a medida resultou em uma redução de preços de até 35%. O levantamento também indicou que 73% da população acredita que a presença de medicamentos nos mercados traria mais praticidade à sua rotina. As associações destacam que, se a pesquisa fosse realizada com base na atual proposta de farmácias completas, a aprovação popular seria certamente ainda maior.

A defesa da instalação de farmácias em supermercados, conforme o modelo proposto, traz benefícios multifacetados:

  • Para o consumidor: Ampliação do acesso à saúde, especialmente em áreas com menor oferta farmacêutica, conveniência ao encontrar medicamentos e orientação profissional no mesmo local das compras, e potencial de economia significativa, aliviando o orçamento familiar e os gastos do SUS.
  • Para os profissionais farmacêuticos: Criação de novas vagas de trabalho e valorização da profissão com a expansão dos pontos de atendimento qualificado.
  • Para as farmácias e supermercados: Possibilitar que os supermercados instalem farmácias diretamente ou por meio de parcerias com farmácias ou drogarias já existentes, principalmente para o fortalecimento das pequenas e médias redes de farmácias. Essa cooperação beneficia ambos os lados, ampliando o acesso ao público e otimizando recursos, sempre com a supervisão de um farmacêutico, nos mesmos moldes atuais das farmácias.

Atualmente, o assunto está em discussão na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado Federal e tramita em caráter terminativo. O novo posicionamento das entidades foi anunciado pelo próprio senador Efraim Filho, autor do PL 2158/2023, durante audiência pública realizada nesta quarta-feira (11/06).

O setor supermercadista acredita que a proposta de farmácias completas dentro dos supermercados representa um caminho para o consenso, modernizando o acesso à saúde no Brasil e beneficiando, em última instância, toda a população brasileira com mais saúde, segurança e economia.

 

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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