Abertura de empresas cresce, mas pequenos negócios sentem mais impactos da pandemia

Abertura de empresas cresce, mas pequenos negócios sentem mais impactos da pandemia
O Brasil começou 2020 ainda em alta no que se refere a abertura de empresas no país. De acordo com os dados da Receita Federal, no primeiro trimestre do ano, houve um crescimento de 9,4%, com 876 mil novas empresas – 75 mil a mais do que no mesmo período em 2019. A participação dos MEI atingiu 80%, puxado pelo segmento de serviços (11,9%) e a Indústria (7,7%). Mas, com a chegada da pandemia e com a quarentena decretada no meio de março, o cenário se transformou.

“A pandemia trouxe novos desafios para o mercado, adaptações que tiveram que ser feitas da noite para o dia, e com isso vem muita insegurança sobre o momento futuro. O resultado disso é que o Brasil sofreu uma queda brusca de 28% de abertura de empresas com a pandemia. E o impacto foi ainda mais forte, de 60%, naquelas aberturas que envolvem processos locais e custos. Parte pela dificuldade da operacionalização de processos 100% digitais em um período em que órgãos estão fisicamente fechados, parte pelo momento do empreendedor de evitar custos”, afirma Guilherme Soares, VP de Growth da Contabilizei, maior escritório de contabilidade do país e pioneiro em oferecer os serviços online. Estima-se que 80 mil empresas deixaram de abrir por conta desse cenário no primeiro trimestre do ano.

As empresas MEI tiveram uma redução de abertura de 21% e ME, EPP e outros tiveram redução de 60%. Entre os estados, as maiores baixas foram no Paraná (-43%), São Paulo (-39%) e Santa Catarina (-38%), e dentre os setores mais atingidos o de serviços teve baixa de 31%, nos segmentos de advocacia (-81%), saúde (-66%) e arquitetura e engenharia (-60%). Os setores de comércio e indústria também registraram quedas, de -27% e -17%, respectivamente. As cidades de São Paulo, Curitiba e Ribeirão Preto, que vinham sendo destaques no crescimento, tiveram queda de 39%, 46% e 48% respectivamente após o período em que o isolamento social foi iniciado.

O efeito Covid-19 também atinge as PMEs já operando. “Na Contabilizei, as notas emitidas no mês de abril, após a intensificação da quarentena, caíram 10,3% se comparado a março. O faturamento dessa base também teve queda, de 8,3%, ou seja, as empresas estão faturando menos. Analisando o segmento de serviço, vimos que o ramo de Educação e Marketing são os mais impactados, enquanto os prestadores de serviço de TI são os que menos tiveram impacto no faturamento.”, conta Soares. Ele diz ainda, conforme dados da empresa, que o estado do Rio de Janeiro lidera essa queda, com 18,5% a menos de NF emitidas, seguido do Paraná e Minas Gerais com 14,2% cada um. Há também um movimento de mudança de contador por empresas que já estão em funcionamento e que passaram a ter a contabilidade online. “Muitos empreendedores que já tem suas empresas abertas estão aproveitando o momento e migrando para a contabilidade online. Assim reduzem seus custos garantindo um serviço de qualidade. Para atender a esse aumento de demanda, reorganizamos as equipes internamente provendo atendimento ainda mais personalizado “, analisa Soares.

Os dados da Receita Federal apontam ainda alguns destaques de estados e municípios que estão fechando os meses de forma mais positiva como Belém (PA) com aumento de 66%, Nova Iguaçu (RJ) com 16% e Aracaju (SE), com 9%. Entre os estados, o Pará foi o único que terminou de forma positiva, com +27%. Ainda não é possível prever sobre os impactos do coronavírus daqui alguns meses, mas os estados, municípios, empresas e profissionais liberais, precisarão trazer novas soluções que vão transformar o mundo econômico dos próximos anos.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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