Greves e reajustes nas tarifas devem acelerar flexibilização do Vale Transporte

Greves e reajustes nas tarifas devem acelerar flexibilização do Vale Transporte

No início do mês de maio, quando havia sido anunciado o aumento 8,9% no preço do óleo diesel nas refinarias, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) divulgou um estudo com a previsão de que tal medida provocaria uma elevação de 2,9% nas tarifas públicas dos ônibus urbanos de todo o país. Depois disso, vieram as greves de motoristas e cobradores reivindicando aumento salariais que devem ser repassados ao valor das passagens e um novo aumento do combustível, desta vez de 14,26%.

Toda essa movimentação deve acelerar ainda mais a tendência de flexibilização na forma de conceder o Vale Transporte. Somente no primeiro trimestre deste ano, segundo um estudo feito pela fintech Otimiza Benefícios, especializada em benefícios corporativos, houve uma queda de 26% na compra dos modelos tradicionais deste benefício em relação ao mesmo período dos anos que antecederam à pandemia.

De acordo com o CEO da Otimiza, Anderson Belem, este ambiente de incertezas tornará cada vez mais difícil para as empresas preverem o valor do investimento em Vale Transporte para seus colaboradores nos próximos meses. “Mais complicado ainda será calcular o tamanho do desperdício de recursos com a adoção dos modelos tradicionais deste tipo de benefício”, diz.

Belem argumenta que essa variação no preço das tarifas será mais um ingrediente para reforçar a necessidade de passar ao próprio trabalhador a liberdade de escolher a melhor forma de administrar o benefício. “Sem saber quanto será o preço da passagem no próximo mês, as empresas correm o risco de errar tanto para menos quanto para mais. Isso sem contar o efeito das greves que se somam ao modelo híbrido e ao home office para aumentar ainda mais a incerteza sobre a quantidade de vezes que o trabalhador vai se dirigir ou não até seu local de trabalho”, diz.

De acordo com a Otimiza, entre os meses de janeiro, fevereiro e março de 2020 as corporações haviam provisionado investimentos da ordem de R$ 12.305.235,00 por intermédio da plataforma oferecida pela startup. No ano seguinte, no mesmo período, mas já num estágio mais crítico e avançado da pandemia, houve uma queda de 24,3% neste volume, reduzindo para R$ 9.896.214,00. Já neste ano, mesmo com a redução do número de casos e de mortes causadas pelo vírus, que motivaram a extinção das medidas restritivas de circulação, o ritmo de solicitações do VT continuou caindo. O montante do trimestre foi de R$ 9.763,261,00, que representa um valor 1,5% inferior ao do ano passado e 26% menor ao registrado antes da crise sanitária mundial.

“Os gestores estão percebendo que o vale transporte, assim como o combustível ou o refeição, da forma como eram oferecidos anteriormente talvez não façam mais sentido, porque o colaborador tende a ficar em casa, comer em casa, fazer o próprio almoço e assim por diante”, comenta.

Segundo ele, as alternativas mais modernas permitem que a empresa adote apenas um instrumento flexível, no qual o valor do benefício mensal seja creditado e o funcionário direcione a utilização como achar mais adequado.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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