Audiência de dissídio de metalúrgicos de Curitiba termina com impasse
Diante do impasse nas negociações, o vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR), desembargador Marco Antônio Vianna Mansur, determinou a tramitação para julgamento do dissídio coletivo de greve envolvendo o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e as empresas Renault e Horse. Isso porque as empresas só aceitam continuar as tratativas conciliatórias se houver o retorno imediato dos empregados aos postos de trabalho. O sindicato não aceitou a condição.
As partes, agora, terão prazos para se manifestar no processo, assim como o Ministério Público do Trabalho (MPT). Na sequência, o processo seguirá para julgamento pela Seção Especializada (SE). Na audiência desta quarta-feira, 15 de maio, os representantes das empresas confirmaram a proposta formulada na última sessão (10/5): PLR de R$ 25 mil para uma produção de até 201 mil veículos e 253 mil motores, com antecipação de R$ 18 mil.
Outro tema foi o absenteísmo. Foi proposta a contratação de mais 50 operadores. Essa proposição refere-se apenas à Renault, porque, segundo afirmaram, na Horse não falta empregado para substituir o posto de um colega, na linha de produção).
As empresas ressaltaram que vêm sofrendo prejuízos em razão da paralisação e que, por isso, mantém as suas propostas somente até a próxima sexta-feira.
Os trabalhadores não concordaram com as propostas, destacando, ainda, que a contratação dos 50 empregados não iria melhorar o ambiente de trabalho. O sindicato também destacou outras de suas reivindicações não aceitas, como o reajuste salarial pelo INPC, mais aumento real correspondente ao PIB de dois anos atrás, conforme lei federal que trata do reajuste do salário-mínimo. Além disso, pleiteiam as perdas das negociações dos anos de 2020 e 2022 (período da pandemia), que não foram repostas.
Ainda durante a audiência, os representantes patronais afirmaram que o sindicato estaria bloqueando os acessos à empresa aos funcionários que não aderiram à greve. O sindicato nega que essa situação esteja ocorrendo. O desembargador Marco Antônio Vianna Mansur determinou que as empresas apresentem nos autos imagens que mostrem esse bloqueio.