Comércio exterior deve avançar em setores tradicionais e abrir oportunidades para pequenos empreendedores

Comércio exterior deve avançar em setores tradicionais e abrir oportunidades para pequenos empreendedores

Pequenos e médios empreendedores ganham espaço, enquanto setores tradicionais, como agronegócio e mineração, seguem como pilares das exportações

O Brasil encerrou 2024 com uma corrente de comércio (soma de exportações e importações) de US$ 74,5 bilhões, segundo dados do sistema oficial para extração das estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens. O valor é o segundo maior da história e aproxima o país da meta de US$ 1 trilhão, proposta pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), responsável por promover os produtos e serviços brasileiros no mercado internacional. Para isso, o país aposta no fortalecimento de setores tradicionais, como agronegócio e mineração, além de emergentes, como tecnologia, moda e energia renovável. A diversificação de mercados e o crescimento das exportações para África e Ásia também devem impulsionar essa trajetória e ampliar  as oportunidades para pequenos e médios empreendedores.

Para o especialista em comércio exterior Rogério Marin, da empresa Tek Trade e presidente do Sindicato de Empresas de Comércio Exterior de Santa Catarina, além do fortalecimento de parcerias com a China, principal mercado na exportação de commodities, especialmente com a mudança de governo nos Estados Unidos, que já havia demonstrado restrições em parcerias com o país, outros fatores que justificam o desenvolvimento é a diversificação de mercados, além da Europa e dos Estados Unidos, como a abertura de mercados emergentes na África e na Ásia, o que gera novas oportunidades, especialmente com a expectativa de alta demanda por alimentos e energia limpa.

“O agronegócio continua sendo a espinha dorsal das exportações apesar das oscilações, além do minério de ferro e do petróleo que tem tido ótimo desempenho. Além disso, se observa um caminho maior em outros setores como moda, energia renovável e tecnologia, bem como novas oportunidades para pequenos empresários. O Brasil tem tudo para se tornar um grande centro de inovação em diversas áreas e conquistar as demandas internacionais”, explica Rogério Marin.

Segundo o especialista, é importante identificar nichos específicos a serem explorados, como é o caso da moda, um setor vibrante no Brasil e que tem ganhado espaço no mercado internacional. “Temos um cliente em Santa Catarina, um pequeno empreendedor, especializado em moda íntima que depois de entender o funcionamento das exportações e estratégias, decidiu voltar toda a sua produção para o exterior e vem fazendo excelentes negócios”, exemplifica.

Com a riqueza de recursos hídricos e solares do Brasil, o setor de energia renovável pode também dar saltos desde que aproveite a sua capacidade de gerar energia sustentável, segundo Marin. Além disso, a biodiversidade brasileira e alta demanda por produtos saudáveis também podem ser exploradas cada vez mais, como é o caso da exportação de produtos orgânicos.

“Os pequenos empreendedores têm nos procurado para identificar setores e oportunidades para geração de negócios e vejo um movimento maior com os avanços da tecnologia, apesar dos desafios burocráticos. Se bem informados e preparados, eles podem aproveitar esse mercado, seja por meio de nichos, plataformas de e-commerce ou parcerias estratégicas. A combinação de inovação, adaptação e colaboração é fundamental para o sucesso no cenário global”, orienta.

O especialista reforça ainda que o futuro das exportações brasileiras parece promissor, com oportunidades em setores tradicionais e emergentes. No entanto, é crucial que o Brasil enfrente os desafios estruturais e invista em inovação e sustentabilidade, além de empecilhos como carga tributária e burocracia nas transações . Com a combinação certa de políticas e estratégias, o país poderá não apenas expandir suas exportações, mas também se consolidar como um líder no comércio internacional, contribuindo para um desenvolvimento econômico mais robusto e inclusivo”, destaca.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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