Dia Internacional das Cooperativas: Roberto Rodrigues aponta cooperativismo como solução para desafios globais

Dia Internacional das Cooperativas: Roberto Rodrigues aponta cooperativismo como solução para desafios globais

Durante Summit Governança Sicredi, ex-ministro reconheceu maturidade e força do movimento que já reúne mais de 1 bilhão de pessoas no mundo

Em um mundo em constante transformação e diante de desafios econômicos, sociais e ambientais cada vez mais complexos, o cooperativismo se firma como um pilar essencial para promover justiça social, resiliência econômica e desenvolvimento sustentável. Hoje, o movimento reúne mais de 3 milhões de cooperativas no mundo, conectando cerca de 1 bilhão de pessoas. No Brasil, os números também impressionam: segundo o Anuário do Cooperativismo Brasileiro 2024, o país alcançou 23,45 milhões de cooperados, gerou mais de 550 mil empregos e movimentou R$ 692 bilhões em 2023, com ativos totais que superam R$ 1,16 trilhão.

Inspirado por esses resultados, Roberto Rodrigues — reconhecido pela ONU como embaixador do cooperativismo — destacou o papel estratégico do movimento durante o Summit Governança Sicredi 2025, realizado nos dias 2 e 3 de julho, em Foz do Iguaçu (PR). Para ele, esse modelo vai além da geração de resultados econômicos, pois contribui diretamente para a estabilidade social e o fortalecimento de vínculos locais.

Essa força transformadora ganha ainda mais relevância em 2025, quando o Dia Internacional das Cooperativas, celebrado em 5 de julho, acontece em paralelo ao Ano Internacional das Cooperativas, proclamado pela ONU. No Brasil, a data marca o início de uma mobilização nacional liderada pelo Sistema OCB, que busca ampliar a visibilidade do setor e mostrar como as cooperativas têm papel ativo no desenvolvimento de milhares de municípios. Como ressaltou o ex-presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), Roberto Rodrigues, o cooperativismo brasileiro vive um momento decisivo para fortalecer seu protagonismo diante das incertezas globais.

“Hoje, o cooperativismo brasileiro é admirado, respeitado e amado pelo mundo todo. Isso mostra que o país tem uma capacidade extraordinária de liderar quando há vontade, decisão e determinação”, avaliou Rodrigues.

Durante sua participação no Summit Governança Sicredi 2025, Rodrigues destacou que o reconhecimento da ONU representa uma oportunidade estratégica para o setor cooperativista. O ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento lembrou que vivemos um período de intensas transformações no panorama internacional, com mudanças geopolíticas, polarização e o enfraquecimento de instituições tradicionais. Como exemplo, apontou que a perda de protagonismo da Europa pode abrir novas oportunidades para o Brasil, especialmente no agronegócio, em um cenário global marcado por insegurança alimentar, transição energética, mudanças climáticas e desigualdade social.

“Isso só pode ser combatido com o cooperativismo, que é a organização da sociedade civil capaz de solucionar tudo isso. Afinal, as cooperativas são o maior instrumento de paz e democracia, pois inclui quem está excluído e garante alimento, energia, emprego, renda e muitas outras coisas”, apontou.

Um modelo que transforma realidades

O cooperativismo de crédito vive um momento de expansão no Brasil, se consolidando como uma das forças mais dinâmicas do Sistema Financeiro Nacional. De acordo com o relatório do Banco Central, o setor registrou um crescimento de 10% no número de associados em 2024, totalizando 19,2 milhões de cooperados em todo o país, com ativos totais crescento 21% e atingindo R$ 885,3 bilhões. Esse avanço reflete não apenas a confiança crescente da população nesse modelo, mas também sua capacidade de promover inclusão financeira em regiões muitas vezes desassistidas pelos bancos tradicionais.

Como primeira instituição financeira cooperativa da América Latina, o Sicredi integra esse cenário e já ultrapassa a marca de 9 milhões de associados no país. Ao valorizar o relacionamento próximo, a participação ativa dos cooperados e o compromisso com o desenvolvimento das comunidades, a instituição consolida sua relevância no fortalecimento do cooperativismo e no crescimento sustentável das comunidades em que atua.

Esse olhar para dentro, que valoriza raízes firmes sem perder de vista a necessidade de adaptação, reflete a longa trajetória do cooperativismo brasileiro, que, ao longo de décadas, superou desafios regulatórios e estruturais para se consolidar como um dos pilares do desenvolvimento rural e econômico do país. Com sua experiência de mais de 50 anos atuando no setor, Roberto Rodrigues conhece bem as dificuldades enfrentadas no passado, quando o crédito cooperativo era um conceito distante, limitado por regras rígidas que dificultavam o acesso ao sistema financeiro formal. Hoje, esse modelo evoluiu para uma rede robusta, que amplia oportunidades, estimula a participação cidadã e contribui para o fortalecimento de vínculos locais, especialmente em regiões onde a presença institucional faz diferença no cotidiano das pessoas.

Para Roberto Rodrigues, o cooperativismo está diante de uma oportunidade histórica: consolidar seu papel como agente transformador em um mundo cada vez mais complexo e desigual. “O jovem, por definição, é idealista, sonha com um mundo melhor e carrega no seu DNA valores que se alinham profundamente com os princípios do cooperativismo. Se conseguirmos mostrar a essa nova geração que as cooperativas são um instrumento real de mudança e inclusão, teremos mais jovens engajados. E é justamente a juventude que garante a continuidade e o futuro do sistema”, finalizou.

Crédito da foto: Leandro Carvalho/Sicredi

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *