Brasil apresenta piora em ambiente institucional para negócios

Brasil apresenta piora em ambiente institucional para negócios
Alexandre Pierro, sócio da Palas.

Estudo registrou queda de 26% em relação a 2020

Ter um ambiente de negócios seguro e simplificado é fundamental para a expansão empresarial e crescimento econômico de qualquer país. No Brasil, infelizmente, este aspecto vem piorando. Segundo dados divulgados no último Índice Global de Inovação (IGI), realizado pela World Intellectual Property Organization (WIPO), que analisa 133 países, o Brasil ocupava a 103ª posição na categoria “Instituições”. Em 2020, o País detinha a 82ª posição, uma queda de 26%, segundo uma análise comparativa realizada pela Palas, consultoria pioneira na ISO de Inovação.

Dentro desta categoria, foram avaliados três aspectos com notas individuais. No primeiro deles, “Ambiente institucional”, responsável por medir a probabilidade e gravidade dos riscos políticos, legais, operacionais ou de segurança que afetem as operações comerciais, estávamos na 91ª posição em 2020 e caímos para 92ª, em 2024, uma queda de 1%.

Já no quesito “Ambiente regulatório”, que reflete as percepções da capacidade do governo de formular e implementar políticas e regulamentos que permitem e promovem o desenvolvimento do setor privado, fomos de 77ª para 81ª, uma queda de 5%.

Na terceira categoria avaliada, de “Ambiente de negócios”, representando a garantia governamental de um ambiente político estável para se fazer negócios, a queda foi ainda mais brusca, indo do 80º lugar para o 125º, o que é equivalente a uma piora de 56% em apenas quatro anos. “Esses números servem de alerta para que as iniciativas públicas e privadas repensem as condições institucionais do nosso país”, defende Alexandre Pierro, sócio fundador da Palas.

Países como Tailândia, Vietnã, Ilha de Malta, Turquia, Polônia e Islândia, que são infinitamente menores que o Brasil tanto em extensão territorial quanto populacional, estão à nossa frente neste ranking, demonstrando classificações superiores e melhores condições para fomentar um ambiente inovador.

De acordo com Pierro, mesmo dispondo de completa capacidade para se destacar em inovação, nosso país peca em termos estratégicos. “O Brasil precisa melhorar – e muito – seus critérios de governança corporativa. E, obviamente, esta não é uma obrigação apenas do governo. As empresas também devem desenvolver ambientes mais promissores, buscando se estruturar para competir de igual para igual com outros países”.

Segundo o especialista, as normas ISO têm justamente essa finalidade. “Elas funcionam como uma língua universal para os negócios, criando padrões elevados de gestão”, alega. A ISO 9001, de gestão da qualidade, é a mais adotada em todo o mundo e fornece requisitos essenciais para melhorar e aumentar a capacidade de uma empresa fornecer produtos e serviços de maneira consistente, atendendo às demandas de seus clientes e do mercado como um todo.

Mais recentemente foi publicada a ISO 56001, de gestão da inovação, que estabelece requisitos para que uma empresa inove de forma consistente e contínua. A metodologia está embasada em oito pilares: Liderança com foco no futuro; Adaptabilidade e resiliência; Abordagem por processos; Gestão de incertezas; Cultura colaborativa; Direção estratégica; Realização de valor e Gestão de insights.

Contudo, a norma não estabelece o que cada empresa deve fazer, devendo cada uma criar suas próprias estratégias de acordo com os objetivos esperados. “Já temos casos de implementação em empresas de portes e segmentos diferente e, em todas elas, os resultados mostram que inovar é um direito e dever de todos. Estas empresas estão criando ambientes de negócios muito mais seguros e promissores no médio e longo prazo”, garante.

Inovar a partir de um modelo internacional pode ser o caminho mais curto para que o Brasil, país que figura entre as 10 maiores economias do mundo, conquiste uma posição mais adequada no Índice Global de Inovação. “Temos plena possibilidade de nos tornarmos uma referência em inovação. Contudo, precisamos adotar estratégias inteligentes, capazes de elevar o nosso patamar de governança para a inovação de maneira sólida”, finaliza Pierro.

Mirian Gasparin

Mirian Gasparin, natural de Curitiba, é formada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal do Paraná e pós-graduada em Finanças Corporativas pela Universidade Federal do Paraná. Profissional com experiência de 50 anos na área de jornalismo, sendo 48 somente na área econômica, com trabalhos pela Rádio Cultura de Curitiba, Jornal Indústria & Comércio e Jornal Gazeta do Povo. Também foi assessora de imprensa das Secretarias de Estado da Fazenda, da Indústria, Comércio e Desenvolvimento Econômico e da Comunicação Social. Desde abril de 2006 é colunista de Negócios da Rádio BandNews Curitiba e escreveu para a revista Soluções do Sebrae/PR. Também é professora titular nos cursos de Jornalismo e Ciências Contábeis da Universidade Tuiuti do Paraná. Ministra cursos para empresários e executivos de empresas paranaenses, de São Paulo e Rio de Janeiro sobre Comunicação e Língua Portuguesa e faz palestras sobre Investimentos. Em julho de 2007 veio um novo desafio profissional, com o blog de Economia no Portal Jornale. Em abril de 2013 passou a ter um blog de Economia no portal Jornal e Notícias. E a partir de maio de 2014, quando completou 40 anos de jornalismo, lançou seu blog independente. Nestes 16 anos de blog, mais de 35 mil matérias foram postadas. Ao longo de sua carreira recebeu 20 prêmios, com destaque para o VII Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º e 3º lugar na categoria webjornalismo em 2023); Prêmio Fecomércio de Jornalismo (1º lugar Internet em 2017 e 2016);Prêmio Sistema Fiep de Jornalismo (1º lugar Internet – 2014 e 3º lugar Internet – 2015); Melhor Jornalista de Economia do Paraná concedido pelo Conselho Regional de Economia do Paraná (agosto de 2010); Prêmio Associação Comercial do Paraná de Jornalismo de Economia (outubro de 2010), Destaque do Jornalismo Econômico do Paraná -Shopping Novo Batel (março de 2011). Em dezembro de 2009 ganhou o prêmio Destaque em Radiodifusão nos Melhores do Ano do jornal Diário Popular. Demais prêmios: Prêmio Ceag de Jornalismo, Centro de Apoio à Pequena e Média Empresa do Paraná, atual Sebrae (1987), Prêmio Cidade de Curitiba na categoria Jornalismo Econômico da Câmara Municipal de Curitiba (1990), Prêmio Qualidade Paraná, da International, Exporters Services (1991), Prêmio Abril de Jornalismo, Editora Abril (1992), Prêmio destaque de Jornalismo Econômico, Fiat Allis (1993), Prêmio Mercosul e o Paraná, Federação das Indústrias do Estado do Paraná (1995), As mulheres pioneiras no jornalismo do Paraná, Conselho Estadual da Mulher do Paraná (1996), Mulher de Destaque, Câmara Municipal de Curitiba (1999), Reconhecimento profissional, Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (2005), Reconhecimento profissional, Rotary Club de Curitiba Gralha Azul (2005). Faz parte da publicação “Jornalistas Brasileiros – Quem é quem no Jornalismo de Economia”, livro organizado por Eduardo Ribeiro e Engel Paschoal que traz os maiores nomes do Jornalismo Econômico brasileiro.

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